Cochilei um pouco, aconchegada no couro da poltrona em um dos recantos daquelas quatro paredes, tentando prender-me um pouco mais a ti.
Mas hoje, quando despertara me dera conta que tudo mudara. Ah, hoje...
Já não sei mais em que me apoiar. Já não sei mais o que procuro quando encontro o teu olhar. Algo passou a alimentar-se de meu sangue, a sugar as minhas únicas esperanças. E agora, nada mais digno que a dor e o vazio me consomem. Tudo parece tão incerto: as suas escolhas, as minhas escolhas. O seu doce toque em minha face, o seu cheiro irresistível, que marcou cada fração de segundo que te acompanhei, tudo isso tornara-se insignificante. Aqueles momentos agora são apenas mais algumas gravações em minha memória, como aquelas que costumávamos assistir e que com o tempo se extraviaram.
Deângela
E alguns ainda negam que uma imagem valais do que mil palavras.
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