Oh, doce mente iludida, tolos são aqueles que te alimentam, assim como eu. Tu parecias satisfazer todos os meus desejos de uma forma mágica, abstrata, pois eu nem mesmo cheguei a notar que você se apossara totalmente de mim. Fez tudo o que eu quis, me pôs no mundo certo, causou a auto-suficiência, pois eu já não necessitava mais da tristeza para continuar a viver, agora eu possuía algo melhor, um sentimento, o amor.
Meu coração golpeava de forma mais célere sempre que eu o via, ouvia, e sentia. Qualquer coisa que relacionava-se a ele arrancava ferozmente o meu controle. A dominação era tanta que até a maior parte das cicatrizes cravadas em minha pele esqueciam o ardor com que costumavam queimar. Mas era apenas uma ilusão, um mera ilusão, que se dissipara. Tão logo surgiu e tão tarde fugiu sem medir consequências. O brilho que segurava os meus olhos quando encontravam os seus havia sido substituído por duas crateras violetas, antigas. Os ferimentos voltaram a incendiar em mim, tudo estava normal de novo. Oh, doce mente iludida, todos são aqueles que te consomem, assim como eu.
Perfeito, isso basta.
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