terça-feira, 25 de maio de 2010

Alucinada, conformada


Oh, doce mente iludida, tolos são aqueles que te alimentam, assim como eu. Tu parecias satisfazer todos os meus desejos de uma forma mágica, abstrata, pois eu nem mesmo cheguei a notar que você se apossara totalmente de mim. Fez tudo o que eu quis, me pôs no mundo certo, causou a auto-suficiência, pois eu já não necessitava mais da tristeza para continuar a viver, agora eu possuía algo melhor, um sentimento, o amor.

Meu coração golpeava de forma mais célere sempre que eu o via, ouvia, e sentia. Qualquer coisa que relacionava-se a ele arrancava ferozmente o meu controle. A dominação era tanta que até a maior parte das cicatrizes cravadas em minha pele esqueciam o ardor com que costumavam queimar. Mas era apenas uma ilusão, um mera ilusão, que se dissipara. Tão logo surgiu e tão tarde fugiu sem medir consequências. O brilho que segurava os meus olhos quando encontravam os seus havia sido substituído por duas crateras violetas, antigas. Os ferimentos voltaram a incendiar em mim, tudo estava normal de novo. Oh, doce mente iludida, todos são aqueles que te consomem, assim como eu.

Um comentário: