terça-feira, 8 de junho de 2010

Ainda mais frio do que o vento passado


Sobre a grande rocha esquecida no meio do lago estava ele mirando a correnteza. O raios de sol davam vida a sua pele branca e pálida. Eles acabara de voltar do psiquiatra, e ainda tinha consigo algumas pequenas esferas coloridas as quais ele furtara de um brinquedo da sala de seu médico e agora estavam sendo jogadas no lago e arrastadas pela correnteza fluvial. A primeira escolhida foi a bola vermelha, que logo se dilacerou no meio da água assim como todo o amor que um dia ocupara o seu coração. A segunda foi a verde, que durante algumas frações de segundo navegou livremente, mas logo encontrou um peixe grande faminto que não hesitou em lhe abocanhar, assim como haviam devorado as esperanças dele. O sol foi se desvanecendo aos poucos assim como a esfera amarela na correnteza. A noite chegara e se fora, assim como a artilharia azul chegara a sua mão esquerda e escorregara instantes depois. E agora só lhe restara a esfera branca, o vácuo. O anjo perdera as asas.

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