quinta-feira, 3 de junho de 2010

Caleidoscópio



Com as mãos entrelaçadas estávamos nós lá e cá, remoinhando naquela ciranda. O espectro no céu nos chamava atenção e fazia-nos vomitar gargalhadas que jaziam abafadas. Eu observava o brilho de uma estrela desvanecida em seu olhar voltando a resplandecer, enquanto você sorria com toda aquela movimentação, um sorriso diferente, sem entranhas. A última lágrima havia caído e suas feridas curadas.

A brisa navegava de forma diferente, sem sereno, sentia-se libertada, assim como todos. Os nossos corações palpitavam em uma velocidade desconhecida, tão rápida como a luz, e tão lenta como o som, oscilante. O nosso amor se refizera em mosaicos, e nós tecemos o nosso próprio destino. E ninguém procurava explicações para entender aquilo, apenas adorávamos o adorável. Nós sequer havíamos percebido quanto tempo passamos ali girando. As folhas no chão haviam mudado de cor, os campos agora se viam em um tom de amarelo-dourado.

Parei o movimento circular que seguíamos e agarrei-me a você fortemente, sucumbindo em paz. O seu cheiro era tão bom quanto o da vegetação dourada ali em volta, e se impregnara em meu pensamento, assim como todas as lembranças que eu guardara daquela conjuntura.

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